Harmonização facial

Harmoniza��o facial

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Com sua populariza��o, a harmoniza��o facial passou a ser sin�nimo de artificialidade e, hoje, carrega uma s�rie de estigmas criados pela divulga��o de resultados exagerados na m�dia e nas redes sociais, o que afasta muitos pacientes que se beneficiariam da t�cnica. N�o � toa, muitos profissionais deixaram de usar o termo "harmoniza��o facial" pela conota��o negativa que carrega. Mas � ineg�vel que a busca pela harmonia � uma parte intr�nseca de todo e qualquer procedimento est�tico facial.

"A harmonia facial est� profundamente ligada ao belo desde os prim�rdios da humanidade. Essa era a busca dos grandes pintores renascentistas ao tentar retratar a beleza de algu�m em seus quadros. Ent�o, um profissional experiente e s�rio nunca deixar� um rosto fora de harmonia ao realizar um tratamento. Esse deve ser um dos principais objetivos dos procedimentos est�ticos, independentemente do nome que � utilizado", diz a m�dica especialista em Cosmetologia pelo Instituto BWS, Cl�udia Merlo.

E, apesar de todo esse processo de estigmatiza��o do tratamento, a harmoniza��o facial � uma excelente estrat�gia de rejuvenescimento e embelezamento quando devidamente indicada e realizada. "A harmoniza��o facial � extremamente ben�fica n�o apenas para quem deseja rejuvenescer, j� que permite devolver a estrutura��o do rosto perdida com o envelhecimento, mas tamb�m para pacientes mais jovens que possuem alguma caracter�stica que prejudica a proporcionalidade da face, causando um desconforto est�tico. Por exemplo, a retra��o do queixo � um problema que incomoda muitos pacientes, que recorrem at� mesmo a cirurgias ortod�nticas, e pode ser solucionado com uma harmoniza��o", afirma Cl�udia.

A m�dica explica que um dos grandes motivos dos resultados exagerados vistos por a� � a realiza��o dos procedimentos a partir do bom senso e vis�o art�stica do m�dico, em vez de ser baseada em estudos do rosto e estruturas faciais do paciente. "O problema � que o bom senso e o gosto art�stico s�o muito individuais e, por isso, n�o devem ser ferramentas do m�dico na hora de realizar um tratamento. Para garantir resultados eficazes e ao mesmo tempo naturais, essas t�cnicas devem ser feitas a partir de evid�ncias, de um estudo aprofundado da anatomia facial que leve em considera��o ossos, m�sculos, gordura e pele", diz a especialista.

Cl�udia Merlo explica que, ao realizar qualquer procedimento facial, uma de suas principais ferramentas � o estudo da cefalometria do paciente. "A cefalometria � uma ci�ncia, inclusive muito utilizada por pintores, que estuda as dimens�es de toda estrutura do cr�nio e da face de uma pessoa. A harmoniza��o facial, inclusive, parte desse estudo cefalom�trico", explica a m�dica. No entanto, muitos profissionais realizam harmoniza��es faciais sem esse conhecimento pr�vio, com m�ltiplas inje��es indiscriminadas, levando ent�o aos resultados exagerados.

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A especialista diz ainda que uma avalia��o aprofundada da anatomia facial � fundamental n�o apenas para a garantia de resultados satisfat�rios, mas tamb�m para auxiliar o profissional a estruturar e harmonizar adequadamente o rosto com a menor quantidade de produto poss�vel. "Por mais que o ï¿½cido hialur�nico, por exemplo, seja biocompat�vel com o organismo, � importante estabelecer um limite. Se utilizarmos uma grande quantidade de preenchedores, podemos distender demais a pele, que tender� a apresentar mais flacidez uma vez que o efeito passe, afinal, essas subst�ncias s�o tempor�rias. Cria-se ent�o um ciclo vicioso, em que a cada sess�o de manuten��o s�o necess�rias quantidades cada vez maiores de preenchedor", alerta a m�dica.

Al�m de deixar a vis�o art�stica de lado para se basear nos estudos, � importante tamb�m que o profissional que realizar� o procedimento esteja aberto para ouvir opini�es tanto do paciente quanto de outros profissionais. "� preciso deixar a vaidade de lado e estar aberto a cr�ticas para que o nosso bom senso e vis�o art�stica n�o se sobressaiam. Por isso, eu sempre trabalho em equipe e pergunto a opini�o das minhas assistentes, que tamb�m possuem um conhecimento aprofundado de anatomia facial, para garantir os melhores resultados para o meu paciente. E os pacientes amam essa abordagem, pois passa mais confian�a", refor�a Cl�udia.

Levar em considera��o a opini�o do paciente tamb�m � importante, mas sempre alinhando suas expectativas �s reais possibilidades e limita��es do procedimento. "Muitas pessoas desejam ter l�bios muito grandes ou um maxilar proeminente. � um direito desse paciente. Novamente, o gosto � muito pessoal. Mas cabe ao m�dico explicar o que realmente � poss�vel e como ser�o os resultados, sempre com base em estudos", afirma a m�dica. Se necess�rio, o profissional poder� indicar outros procedimentos al�m da aplica��o de preenchedores para alcan�ar um efeito potencializado sem deixar a naturalidade de lado. "A personaliza��o do plano de tratamento � fundamental, pois n�o adianta replicar o mesmo procedimento em pacientes com caracter�sticas distintas. E, ao contr�rio do que muitos pensam, a harmoniza��o facial n�o se restringe aos preenchedores, consistindo, na verdade, em um conjunto de t�cnicas escolhidas individualmente para melhorar a harmonia facial. Al�m do �cido hialur�nico, podemos utilizar bioestimuladores de col�geno, toxina botul�nicalasers e diversas outras tecnologias."

� claro que, dado o cen�rio atual, certa cautela na hora de realizar um procedimento de harmoniza��o facial � sempre bem-vinda. Mas os estigmas que envolvem esse tipo de tratamento n�o devem desestimular sua realiza��o, pois, para garantir bons resultados, basta adotar alguns cuidados. "Procure refer�ncias do m�dico com conhecidos ou ent�o acompanhe-o nas redes sociais para verificar como os procedimentos est�ticos s�o realizados e quais os resultados conquistados", aconselha a especialista. "Al�m disso, na hora da consulta, n�o tenha medo de pedir explica��es sobre o tratamento. Tire todas as suas d�vidas. No final das contas, � importante que voc� tire suas pr�prias conclus�es em vez de confiar naquilo que � divulgado pela m�dia ou pelo m�dico em suas redes sociais", aponta Cl�udia Merlo.