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Estado de Minas

N�mero 2 do Minist�rio do Trabalho, Paulo Roberto Pinto pede para sair da pasta

Secret�rio-executivo do minist�rio solicitou exonera��o do cargo um dia depois de prestar depoimento � PF, acusado de envolvimento em esquema de desvio de R$ 400 mi em verbas


postado em 11/09/2013 06:00 / atualizado em 11/09/2013 08:25

Paulo Roberto Pinto garantiu, em sua carta de demissão, que sempre agiu de acordo com os princípios éticos e morais (foto: Fábio Rodrigues Pozzebom)
Paulo Roberto Pinto garantiu, em sua carta de demiss�o, que sempre agiu de acordo com os princ�pios �ticos e morais (foto: F�bio Rodrigues Pozzebom)

Bras�lia –
Ap�s press�o do Pal�cio do Planalto, com recados claros encaminhados pela presidente Dilma Rousseff por pessoas pr�ximas ao gabinete, o secret�rio-executivo do Minist�rio do Trabalho, Paulo Roberto Pinto, pediu exonera��o ontem do cargo. A sa�da de Paulo Roberto, investigado pela Pol�cia Federal na Opera��o Esopo, fragiliza a situa��o do ministro Manoel Dias. Ele permanece na fun��o, por enquanto, porque Dilma n�o deseja comprar uma briga neste momento com o PDT. O caso do secret�rio-executivo era diferente. Ele era visto pelo Planalto como o bra�o operacional do presidente do PDT, Carlos Lupi, dentro do minist�rio. Lupi deixou o cargo de ministro em dezembro de 2011, ap�s den�ncias de irregularidades em conv�nios.


Contra Dias, no entanto, pesa uma percep��o de que ele n�o tem controle sobre o que se passa na pr�pria pasta. Na semana passada, a Pol�cia Federal prendeu sete gestores da ONG Centro de Atendimento ao Trabalhador (Ceat) — inclusive um padre e a presidente da entidade, Jorgette Maria Oliveira — e um assessor do Minist�rio do Trabalho Gleide Santos Costa, lotado na Secretaria de Pol�ticas P�blicas de Emprego. Ele tinha em m�os R$ 30 mil recebidos como propina para facilitar um aditamento a um conv�nio do minist�rio com a ONG, que recebeu, desde 2009, repasses de R$ 47,5 milh�es. Em entrevista coletiva em que falou sobre a sa�da do secret�rio executivo, Manoel Dias defendeu a pasta e o partido. “Em qualquer lugar h� irregularidades, n�o s� no Minist�rio do Trabalho", disse. "N�s somos um partido ficha limpa", garantiu, afirmando que n�o h� comprova��o de atos indecorosos ou de corrup��o de seu partido na pasta.

Diante da reincid�ncia da pasta em den�ncias de irregularidades, o governo tentou agir r�pido, para evitar uma sangria maior. O receio da presidente � que o esc�ndalo, que envolve o desvio de R$ 400 milh�es em cursos de capacita��o n�o realizados, escorresse para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), o que aumentaria o esc�ndalo para a casa dos bilh�es de reais.

Desde segunda-feira, quando a Opera��o Esopo foi deflagrada pela Pol�cia Federal, a cabe�a de Paulo Roberto Pinto ficou a pr�mio. Emiss�rios da presidente avisaram a Manoel Dias que ele deveria exonerar o secret�rio-executivo. Era uma chance para que o ministro n�o se afundasse no esc�ndalo que assolava a estrutura da pasta. Como tudo no PDT � lento — o pr�prio Lupi sempre disse que os esc�ndalos duram at� que o pr�ximo seja descoberto —, Dias deixou a sugest�o em banho-maria e n�o demitiu Paulo Roberto Pinto, apesar de o subordinado ter sido convocado pela Pol�cia Federal a prestar esclarecimentos sobre a Opera��o Esopo. Ele foi um dos conduzidos coercitivamente pela PF, acusado de envolvimento no esquema que tem como piv� a organiza��o da sociedade civil de interesse p�blico (Oscip) Instituto Mundial de Desenvolvimento e Cidadania (MDC), com sede em Belo Horizonte. Entre os 22 presos pela PF, est� o presidente do IMDC, Deivson Oliveira Vidal – que teve carros, dinheiro, joias e um helic�ptero apreendidos – e toda a diretoria da Oscip. A entidade atua em 10 Estados, incluindo Minas, e no Distrito Federal.

Sem paci�ncia  O ministro descobriu, no entanto, que a paci�ncia de Dilma n�o � infinita. Ontem, durante a reuni�o com senadores da base aliada, ela deixou duas vezes a sala para tratar da crise no Minist�rio do Trabalho. O encontro com os parlamentares durou at� as 14h. Pouco depois das 16h, Paulo Pinto entregou a carta de demiss�o. "Tenho plena convic��o de que sempre agi de acordo com os princ�pios �ticos e balizadores da moralidade p�blica", disse o ex-secret�rio executivo.

Na carta de demiss�o, Paulo Roberto afirma que causou surpresa as den�ncias envolvendo o nome do servidor Ant�nio Fernando Decnop Martins, ex-subsecret�rio de Planejamento, Or�amento e Administra��o do Minist�rio do Trabalho, exonerado depois de preso na opera��o. "Ele foi indicado pelo Secret�rio Federal de Controle Interno da CGU, por tratar-se de servidor p�blico efetivo dotado das melhores refer�ncias profissionais", completou.

O secret�rio de controle interno da CGU, Valdito Agapito Teixeira, negou, por meio de sua assessoria, que tenha indicado Ant�nio Martins para o Minist�rio do Trabalho. Segundo ele, houve uma consulta informal, � qual ele respondeu que, com base no tempo em que o servidor trabalhou na Controladoria-Geral da Uni�o, "n�o havia nada que o desabonasse". O ex-secret�rio executivo afirma que todos seus atos � frente da pasta sempre foram baseados em um laudo t�cnico das �reas subordinadas.

A ministra das Rela��es Institucionais, Ideli Salvatti, garantiu que n�o existe estremecimento na rela��o do PDT com o governo, apesar de mais um epis�dio de den�ncias de corrup��o envolvendo pessoas das legenda. Prova disso seria o afago feito pela presidente ao l�der do partido na C�mara, Andr� Figueiredo (CE), durante reuni�o com deputados na segunda-feira. Em seguida, no entanto foi incisiva ao expor a avalia��o de Dilma sobre o epis�dio. "A palavra da presidente em todos esses casos � a mesma: que apresente as justificativas, que se defenda e, ficando insustent�vel, que saia do governo". Dias entendeu o recado. "Seguro no cargo s� a presidente � que diz.", declarou o ministro, em coletiva no in�cio da noite.


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