S�o Paulo, 19 - O censo ainda confirma alerta dado por muitos especialistas em sa�de p�blica: a depend�ncia qu�mica n�o � a �nica doen�a enfrentada pelos usu�rios. Segundo a pesquisa, uma a cada cinco pessoas da Cracol�ndia j� contraiu s�filis. Tuberculose, hepatite e aids s�o outras doen�as associadas a muitos. Outro dado aponta que 60,6% dos dependentes j� trocaram dinheiro por sexo - e, segundo especialistas, a rela��o sexual � uma das principais maneiras de transmitir as doen�as registradas entre os moradores e frequentadores da �rea. Outros 31% j� tentaram se matar.
"At� hoje a gente trata o crack como se ele fosse um problema de pol�cia. N�o, � problema de sa�de p�blica. A s�filis � mais grave que o v�rus zika", afirma o professor da Faculdade de Sa�de P�blica da USP Gonzalo Vecina. "A mulher que a contrai ter� filhos com s�filis cong�nita, doen�a que compromete todo o desenvolvimento do beb�. � muito grave isso, pois estamos falando de uma doen�a que tem diagn�stico e tratamento baratos."
Para Vecina, os dados revelados n�o surpreendem. "Os drogaditos, geralmente, t�m baixa imunidade e vivem em condi��es adversas de vida, o que pode levar, sim, a quadros de tuberculose, por exemplo", diz, referindo-se � taxa de 12,4% levantada pelo censo. De acordo com o professor, a pesquisa � importante porque mostra claramente os outros riscos a que s�o submetidos os dependentes, e sem que o Estado atente para isso.
Reden��o.
O secret�rio municipal da Sa�de, Wilson Pollara, afirma que o futuro programa municipal de combate ao crack vai dividir os dependentes da Cracol�ndia de acordo com suas caracter�sticas f�sicas e mentais, a fim de personalizar o atendimento m�dico dedicado a eles. "Vamos ter classifica��o espec�fica, que vai nos ajudar na condu��o das pol�ticas. Cada um precisa ser avaliado individualmente." As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.