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Estado de Minas ALIMENTA��O

Refluxo: por que alguns alimentos elevam risco

Cerca de 25% da popula��o adulta sofre com o inc�modo, caracterizado por dor na regi�o do est�mago, queima��o e �nsia


31/05/2022 12:08 - atualizado 31/05/2022 12:08

Pessoa segurando o estômago com dor
Dor na regi�o do est�mago, queima��o e �nsia? s�o alguns dos sintomas (foto: Getty Images)
Dor na regi�o do est�mago, queima��o e �nsia. Esses eram alguns dos sintomas que a estudante de educa��o f�sica Emanuelle Carolina Pereira, de 21 anos, tinha ao sofrer com o refluxo (ou doen�a do refluxo gastroesof�gico).

O refluxo ocorre devido ao retorno anormal do conte�do do est�mago (com pH �cido) ao es�fago, podendo atingir, em alguns casos, a laringe e a cavidade oral.

Segundo especialistas, alimentos que provocam um maior relaxamento da musculatura da transi��o entre o es�fago e o est�mago est�o associados �s queixas da doen�a.

Assim, a ingest�o de chocolates, caf�s, refrigerantes, bebidas alco�licas e frituras aumentam o risco de a pessoa desenvolver o problema. Entenda mais abaixo.

A condi��o se torna uma doen�a quando os sinais ocorrem ao menos uma vez por semana e atrapalham a qualidade de vida do paciente. Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, cerca de 25% da popula��o adulta sofre com o inc�modo.

Emanuelle conta que se queixava desde beb�, mas que os efeitos maiores foram sentidos quando ela era adolescente. "Comecei a me alimentar mais com fast food e sentia ele voltando", diz.

Tr�s anos atr�s, ela iniciou um tratamento de curta dura��o para amenizar os sintomas e fazer com que as crises diminu�ssem. Ela mudou os h�bitos alimentares e sentiu uma melhora no dia a dia.

No entanto, um ano depois de iniciar o procedimento, voltou a comer de forma errada, com alimentos gordurosos, e tamb�m sofreu com alguns efeitos colaterais da medica��o.

 

 

Leia tamb�m: Dieta anti-inflamat�ria: n�o � regime, � estilo de alimenta��o.

 

Ao realizar uma nova endoscopia, exame comum que verifica altera��es dos �rg�os gastrointestinais, ela recebeu o diagn�stico de les�es no es�fago.

A estudante segue tratando esse novo sintoma e espera que os sinais do refluxo diminuam, j� que atrapalham muito sua rotina. "Ele complica um pouco os exerc�cios que exigem mais for�a abdominal. Para comer tamb�m � ruim, pois d� muita sensa��o de queima��o. N�o � nada legal."

Coxinha e caf� eram os grandes vil�es

O aposentado Jos� F�lix, de 64 anos, tamb�m sofreu com a doen�a do refluxo gastroesof�gico por anos. "F�" de coxinha, caf� e comidas gordurosas, ele sentiu os efeitos da ingest�o excessiva desses alimentos. Os sinais ocorriam quase imediatamente depois de consumi-los e ele n�o se dava conta que estava desenvolvendo refluxo. "Sentia muita queima��o, solu�o e, �s vezes, era t�o forte que dava at� tontura quando eu me abaixava para pegar algo", relembra.

Ignorando os sintomas por muito tempo e pegando receitas caseiras na internet — o que os m�dicos n�o recomendam— ele s� procurou um gastroenterologista quando a condi��o come�ou a atrapalhar muito suas atividades no dia a dia.

Depois de alguns exames, recebeu o diagn�stico de refluxo e j� estava desenvolvendo uma gastrite. Al�m da medica��o, Jos� precisou mudar seu padr�o alimentar e levar a s�rio o tratamento.
"Parei com fritura e segui todas recomenda��es m�dicas. Depois de umas semanas, j� senti uma grande melhora", diz.


At� hoje o aposentado tenta seguir uma alimenta��o mais saud�vel e evita fast food e bebidas cafeinadas. Ele diz que �s vezes � dif�cil resistir, mas que n�o deseja sentir os sintomas que tinha anteriormente. "Se como uma coxinha at� hoje n�o me sinto 100%. Ent�o, evito."

O que causa o refluxo?

Salgadinhos
Resistir �s frituras � uma forma de diminuir o risco (foto: Getty Images)


O retorno do conte�do do est�mago para o es�fago pode ser fisiol�gico ou, quando ocorre de forma frequente, � caracterizado pela doen�a do refluxo gastroesof�gico.

"Em condi��es normais, existe entre o es�fago e o est�mago um mecanismo de barreira anat�mica e funcional, que pode ser influenciado por alguns fatores que acabam favorecendo a ocorr�ncia do refluxo", explica Helen Perussolo Alberton, m�dica do Servi�o de Gastroenterologia e Hepatologia do Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba (PR).

Geralmente, maus h�bitos alimentares s�o os principais causadores do problema. Os alimentos que provocam um maior relaxamento da musculatura da transi��o entre o es�fago e o est�mago —conhecido como esf�ncter esof�gico inferior —est�o associados �s queixas da doen�a.


Frutas cítricas
O consumo de frutas c�tricas em excesso tamb�m est� associado ao refluxo (foto: Getty Images)


A ingest�o de chocolates, caf�s, refrigerantes, bebidas alco�licas e frituras aumentam o risco de a pessoa desenvolver o problema.

"Estes t�m seu tempo de digest�o no est�mago mais prolongado. As bebidas gaseificadas tamb�m aumentam a press�o dentro do �rg�o, piorando o refluxo", ressalta Cl�vis Massato Kuwahara, endoscopista e professor do curso de Medicina da Pontif�cia Universidade Cat�lica do Paran� (PUCPR).

O tabagismo tamb�m aumenta a incid�ncia da doen�a do refluxo gastroesof�gico. Al�m do cigarro, o consumo excessivo de frutas c�tricas como lim�o, laranja, maracuj� e outras tamb�m est�o associados � condi��o.


Xícara de café e bombons de chocolate
Caf� e chocolate devem ser evitados (foto: Getty Images)

Quais s�o os sintomas?

Os sinais podem demorar a aparecer e � importante que assim que os primeiros sintomas surjam, a pessoa procure um m�dico gastroenterologista.

Os mais comuns s�o azia, queima��o sentida geralmente atr�s do peito, e a regurgita��o, que � a percep��o do retorno do conte�do �cido em dire��o ao es�fago e boca.


Mulher sentindo refluxo
Quando acontece de forma frequente, o retorno do conte�do do est�mago para o es�fago � caracterizado pela doen�a do refluxo gastroesof�gico (foto: Getty Images)


O refluxo tamb�m pode se manifestar com sintomas at�picos como tosse, rouquid�o, pigarro, sensa��o de afogamento, mau h�lito e at� desgaste do esmalte dent�rio.

Ele ainda pode comprometer �rg�os extraesof�gicos, diz a m�dica do Hospital Marcelino Champagnat.

Para receber o diagn�stico de doen�a, � necess�rio que o paciente fa�a consultas com especialistas e realize exames espec�ficos como a endoscopia.

Como tratar o problema?

A abordagem inicial deve ser feita com mudan�as comportamentais e alimentares. Nesta primeira, � poss�vel realizar com a��es simples no dia a dia. Uma delas � respeitar os hor�rios das refei��es, realiz�-las de tr�s em tr�s horas e evitar a ingest�o excessiva de pratos pesados e cal�ricos antes de dormir.

Tamb�m � aconselhado elevar a cabeceira da cama para evitar o refluxo noturno e evitar poss�veis engasgos.

J� na alimenta��o, � indicada uma diminui��o do consumo de comidas e bebidas ricas em cafe�na, gordura e acidez.

Em paralelo, sob orienta��o m�dica, o paciente pode tomar medicamentos anti�cidos que auxiliam na melhora do "esvaziamento" do est�mago. Normalmente, todo o tratamento pode durar seis meses.

Quando n�o ocorrem mudan�as no quadro, a pessoa precisa realizar novos exames. Um deles � a manometria, que estuda a fun��o motora do es�fago e avalia se o �rg�o tem algum tipo de fragilidade ou altera��es nas fun��es perist�lticas.

Eduardo Grecco, gastrocirurgi�o e endoscopista do Instituto EndoVitta, explica que a pessoa tamb�m pode ser submetida ao procedimento chamado phmetria, que mede a acidez g�strica e indica a quantidade ideal de rem�dio que o m�dico pode receitar.

Em alguns casos, h� ainda alternativas cir�rgicas e endosc�picas indicadas para indiv�duos que possuem um n�vel alto de acidez no es�fago.

"No caso de procedimentos cir�rgicos, � confeccionada uma v�lvula antirefluxo em volta do es�fago e o paciente fica um ou dois dias internado", explica Grecco, que � coordenador do Servi�o e da Resid�ncia M�dica de Endoscopia da Faculdade de Medicina do ABC. Segundo ele, aproximadamente 80% dos pacientes apresentam resultado satisfat�rio e ficam sem sintomas do refluxo ap�s o procedimento.

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