Dia D da vacinação leva belo-horizontinos aos postos de saúde
Com todos os centros de saúde abertos e programação especial no Parque Municipal, moradores aproveitam o sábado para tomar a vacina contra a gripe
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Siga noBelo Horizonte amanheceu em clima de campanha — não eleitoral, mas de saúde pública. Neste sábado (10/5), o tradicional Dia D de vacinação contra a gripe mobilizou a cidade com 153 centros de saúde abertos, além de postos extras e uma grande estrutura no Parque Municipal Américo Renné Giannetti, no Centro de BH.
Logo cedo, o clima era de passeio em família, com a imunização como parte do roteiro no Parque Municipal. A advogada Amanda Pereira, de 35 anos, saiu de Venda Nova com a família especialmente para aproveitar a ação de vacinação no parque.
“A oportunidade foi muito boa. Durante a semana é tudo muito corrido, então decidimos trazer nossa filha para passear e já aproveitar para todos tomarem a vacina”, explicou, acompanhada do marido.
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Preocupada com o aumento das internações, principalmente entre crianças, Amanda fez questão de levar a filha Helena para vacinar. “Na escola tem muita criança gripada. A vacinação é importante justamente porque ela tem contato com muita gente, e nós queremos prevenir”, afirmou.
A pequena, aliás, tomou a vacina e saiu andando com ar de missão cumprida. “Não chorei”, disse, com um sorriso no rosto, à profissional de saúde enquanto acompanhava a vacinação de sua mãe.
Assim como Amanda, o motorista Rodrigo Queiroz, de 41 anos, também decidiu aproveitar a facilidade de acesso. Viu a campanha na televisão e se organizou para estar presente. “Facilita bem mais. Os postos e as UPAs estão sempre cheios, então trazer a vacinação para um lugar aberto, onde o pessoal já costuma vir pra passear, ajuda muito”, avaliou ele, que mantém o hábito de se vacinar todos os anos.
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Todos os 153 centros de saúde da capital, além do Serviço de Atenção à Saúde do Viajante e pontos extras como o próprio parque, funcionaram das 8h às 17h para aplicar doses da vacina trivalente, que protege contra influenza A (H1N1 e H3N2) e influenza B.
Além da vacinação, o evento no parque teve música, apresentações culturais, atividades físicas como o Lian Gong e a presença do Zé Gotinha. Até o prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil), apareceu no Parque Municipal para se vacinar. Em conversa com a imprensa, ele reforçou a importância da campanha. “A vacinação é muito importante e é ela que vai nos ajudar a controlar tudo isso”, disse em conversa com a imprensa.
Movimento nos postos de saúde
Nos centros de saúde de Belo Horizonte, o Dia D de vacinação também foi de movimento intenso. Aproveitando a véspera do Dia das Mães, Mônica Guimarães da Silveira dedicou o sábado a uma missão especial: levar a mãe, Maria Ângela, de 78 anos, para receber a dose contra a gripe no Centro de Saúde Santa Rita de Cássia, no Bairro São Pedro, Região Centro-Sul da capital.
Administradora e mãe de uma criança autista, Mônica explicou que sair de casa com todos é sempre um desafio, mas a campanha no posto de saúde facilitou a logística. “Eu já tinha me vacinado, mas trouxe minha mãe hoje porque é muito importante prevenir, ainda mais na idade dela. A gente se preocupa em manter tudo em dia para evitar complicações”, contou.
Lenisse Soares, de 83 anos, também não pensou duas vezes. Moradora do bairro, saiu de casa logo cedo, café tomado e plano traçado para tomar a vacina logo de manhã. “Se não programar, a gente não vem. Fiel ao compromisso com a própria saúde, conta que mantém a rotina de vacinação anual sem falhas. "Tem que prevenir, né? É uma coisa tão simples, que todo mundo devia fazer", resumiu.
Reforço no atendimento
Com o aumento dos casos gripais e respiratórios, a prefeitura decidiu abrir cinco centros de saúde aos sábados, em regiões com maior procura: Barreiro, Venda Nova, Oeste, Norte e Nordeste. As unidades funcionam tanto para atendimentos clínicos como para vacinação contra a gripe.
A medida é parte do plano emergencial de enfrentamento ao surto de doenças respiratórias, que inclui reforço de pediatras nas UPAs e abertura de novos leitos.
A imunização, segundo o secretário, é fundamental para evitar o agravamento dos quadros gripais. “A vacina não impede a gripe, mas reduz drasticamente a chance de evoluir para internação ou óbito. É uma proteção que está disponível, de graça, e salva vidas”, reforça Danilo.
Até o momento, mais de 304 mil doses foram aplicadas em Belo Horizonte, mas entre os grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde a adesão ainda é baixa. Apenas 12,3% das crianças de 6 meses a 5 anos receberam a vacina. Entre os idosos com 60 anos ou mais, o índice é de 35,5%. Entre as gestantes, 20%. A meta é chegar a 90%.
Maio será de alerta e prevenção
De acordo com Danilo Borges, a pressão sobre o sistema de saúde deve continuar até o fim do mês. A orientação é que a população se cuide, evite exposição ao frio, mantenha uma boa alimentação e busque atendimento precoce, especialmente em casos de doenças crônicas.
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“Todos temos um papel neste enfrentamento. E, principalmente, precisamos vacinar. Quanto maior a cobertura, menor será a sobrecarga no sistema e menor o risco de complicações graves”, destacou o secretário.