
A beleza da floração alegra qualquer um
O gosto pelas orquídeas foi herdado de minha mãe, que tinha mais de 300 mudas no fundo de sua casa. Os vasos dela eram daquelas flores de antigamente
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Quando me mudei para minha casa, ela ficava no meio de um lote cercado de terra pura por todos os lados. De plantas, só um pé de abacate, que continua firme até hoje, dando frutas aos montes. Como tenho “dedo verde”, fui cobrindo a terra de plantas variadas.
O primeiro “ataque” começou ao ser erguido o muro, que ganhou um canteiro, coberto de folhagens até hoje. Acredito que por ver aquele verde tão raro, a prefeitura tratou de fazer dois pontos em meu passeio, onde plantou duas árvores. Uma foi cortada. A outra está lá.
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Transformei a terra pura em terra verde, plantando grama em todo o espaço. E os canteiros floriram naquela organização de quem gosta de plantas – sem nenhum controle, bastava ter espaço.
Já contei aqui o caso do pé de jabuticaba que consegui transplantar do alto da Avenida Afonso Pena para meu jardim, por obra e graça de minha perseguição ao então governador Hélio Garcia. Já se transformou em mais quatro jabuticabeiras, todas elas vindas de mudas daquela árvore-mãe.
Fora isso, o que vejo e gosto acabo conseguindo plantar, seja comprando mudas, seja ganhando de presente. O último foi o manacá-do-cerrado, que recebi esta semana e está coberto de botões. Aflita, espero as flores.
O certo é que meu terreno é quase um viveiro, porque as espécies são variadas – de bananeira ao tamarindo, que está verdinho, lindo.
Quando plantei uma trepadeira junto ao muro da entrada, acreditei que poderia controlar seu crescimento só dentro do jardim. Mas ela virou o muro, florindo até cansar do lado de fora.
As flores da congeia faziam com que alguns passantes nos pedissem mudas, como se a casa fosse uma flora. Tive de fazer grande poda nos últimos meses, estou esperando que floresça de novo.
A beleza da floração alegra qualquer um, mesmo a pessoa mais triste desta vida. Na época em que tive jardineiro, o jardim da entrada da casa era coberto de orquídeas. Guardo fotos daquela época e tenho a maior vontade de fazer o milagre sozinha.
O gosto pelas orquídeas foi herdado de minha mãe, que tinha mais de 300 mudas no fundo de sua casa. Certo dia, ela se encontrou com um colecionador numa flora e, conversa vem, conversa vai, ele foi lá e levou todas para “tratar melhor”. Minha mãe ficou sem nenhuma para contar a história.
Os vasos dela eram daquelas flores de antigamente, que hoje só são vistas em filmes americanos, nem nas floras são encontradas. As orquídeas dos dias atuais não têm nada a ver com as de antigamente. As outras, as verdadeiras, chegavam de presente dos namorados, enviadas por floras dentro de uma caixa de plástico transparente. Atualmente, não se veem flores como aquelas em canto algum.
No meu jardim do fundo, tem o pé de euphorbia, mais conhecida como neve-da-montanha. Está totalmente branca, fazendo contraste com a samambaia chifre-de-veado que eu trouxe do Rio. A muda veio carregada na mão, dentro do avião.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.