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Estado de Minas ELEI��ES 2022

Brasil volta �s urnas em cen�rio de indefini��o entre Lula e Bolsonaro

Lula, do PT, e Jair Bolsonaro, do PL, disputam o segundo turno da elei��o presidencial neste domingo (30/10). Pesquisas d�o vantagem ao candidato petista


30/10/2022 01:00 - atualizado 30/10/2022 17:21

Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL)
Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) (foto: Evaristo S�/AFP e Jair Amaral/EM/D.A Press)

Os mais de 156,4 milh�es de brasileiros aptos a votar neste domingo (30/10) v�o �s urnas para o segundo turno da elei��o presidencial sob ambiente de indefini��o. Em que pese o fato de Luiz In�cio Lula da Silva (PT), vencedor do primeiro turno, aparecer numericamente � frente do candidato � reelei��o Jair Bolsonaro (PL) em seis das pesquisas divulgadas nas horas anteriores � abertura das se��es eleitorais, quatro delas apontam empate t�cnico: Datafolha, Genial/Quaest, CNT/MDA e Paran� Pesquisas.

O Datafolha, por exemplo, apontou 49% dos votos totais para o petista, ante 45% do chefe do Executivo, com margem de erro de dois pontos. Em meio � enxurrada de n�meros e proje��es sobre o resultado do pleito, Lula e Bolsonaro protagonizaram eventos que refor�aram estrat�gias adotadas por suas campanhas ao longo do segundo turno: o ex-presidente encerrou a campanha em S�o Paulo (SP), ao lado de Fernando Haddad (PT), candidato ao governo paulista e um de seus principais aliados. O atual presidente liderou carreata por ruas de Belo Horizonte e esteve ladeado pelo governador Romeu Zema (Novo), um dos principais cabos eleitorais do grupo bolsonarista.

Apesar da proximidade vista nos relat�rios de Datafolha, Quaest, Paran� Pesquisas e MDA, outros dois institutos — Ipec e Atlas/Intel — projetaram vit�ria de Lula. O Atlas, que tem margem de erro de um ponto percentual, calculou o petista com 52,4% dos votos totais, contra 45,7% de Bolsonaro (Veja, no quadro ao lado, os n�meros dos seis institutos citados neste texto). Campo de batalha bastante explorado nesta elei��o, a internet tamb�m teve uma disputa pr�pria, enquanto os candidatos iam �s ruas para os �ltimos atos de campanha. De um lado, Bolsonaro apresentou texto com 22 compromissos para eventual segundo mandato; do outro, Lula negou a acusa��o, feita pelo atual presidente, sobre acabar com a categoria de microempreendedor individual (MEI).

Lula e Bolsonaro chegam �s urnas ap�s quatro semanas de intensa busca por apoios. Se, no in�cio do ano, o discurso de parte dos atores pol�ticos era pela constru��o de uma terceira via, o cen�rio, agora, � outro. Nomes como a senadora Simone Tebet (MDB-MS) e o senador eleito Sergio Moro (Uni�o Brasil-SP), defensores de uma candidatura alternativa � polariza��o entre PT e PL, optaram por um dos lados e passaram a ser considerados importantes cabos eleitorais.

Terceira colocada no primeiro turno da corrida eleitoral, Tebet explora o esp�lio de 4,9 milh�es de votos, admite nunca ter votado em candidaturas petistas e trabalha para, nas pr�prias palavras, ser a “avalista” da escolha por Lula. Paralelamente, Moro refor�a o discurso antipetista e anticorrup��o que baseou sua trajet�ria pol�tica, marcada por idas e vindas na rela��o com Bolsonaro. Depois de brigas p�blicas com o atual presidente, ele, agora, � um dos mais importantes auxiliares do candidato � reelei��o. Minutos ap�s o debate da “TV Globo”, na sexta-feira (28), foi o ex-juiz que tentou acalmar Bolsonaro ap�s o aliado se enfurecer com a pergunta de um rep�rter sobre a tentativa de associar uma visita de Lula a traficantes por causa de uma visita ao Complexo do Alem�o, no Rio de Janeiro (RJ).

Pelas redes sociais, Bolsonaro voltou as aten��es aos indecisos e apresentou um texto com propostas para o pa�s, como a redu��o da maioridade penal, fixada em 18 anos, a respeito de crimes hediondos, como estupro e homic�dio. “� preciso compreender aqueles que ainda n�o decidiram e lhes oferecer seguran�a para que fa�am a melhor escolha para o futuro da nossa na��o. Mais do que promessas vazias e abstratas, o Brasil precisa de um caminho s�lido, pautado em a��es concretas e, sobretudo, em princ�pios”, defendeu.

Enquanto isso, Lula compartilhou imagens de seu ato com Haddad em S�o Paulo e destacou o car�ter ampliado de sua campanha. “Somos milh�es nas ruas. Somos o povo brasileiro. E com muito amor, contra o �dio, amanh� (hoje) votaremos 13”.

Eleitores do petista Luiz Inácio Lula da Silva trabalham por nova vitória do candidato neste segundo turno
Eleitores do petista Luiz In�cio Lula da Silva trabalham por nova vit�ria do candidato neste segundo turno (foto: EVARISTO SA/AFP)


Minas � front importante


Bolsonaro tem, na ponta da l�ngua, a estat�stica que atribui a Get�lio Vargas, eleito em 1950, o feito de ser o �ltimo a chegar � Presid�ncia da Rep�blica sem vencer em Minas Gerais. Ciente da import�ncia do estado e impulsionado pelo apoio de Romeu Zema, o presidente fez oito eventos de campanha no estado neste segundo turno. Al�m das quatro visitas a Belo Horizonte, passou por Juiz de Fora, na Zona da Mata, onde considera ter renascido por causa da facada recebida em 2018, Governador Valadares (Vale do Rio Doce), Uberl�ndia (Tri�ngulo), Montes Claros (Norte) e Te�filo Otoni (Vales do Jequitinhonha e Mucuri). Lula tamb�m intensificou a presen�a no estado e, em busca de contrapor a ofensiva governista, fruto da uni�o Zema-Bolsonaro, passou duas vezes por BH. Ele esteve, tamb�m, em Juiz de Fora e Te�filo Otoni.

Para tirar a vantagem de 563,3 mil votos conquistada por Lula em Minas na primeira vota��o, Zema e Bolsonaro escalaram prefeitos e outras lideran�as regionais para tentar persuadir eleitores do interior. O presidente chegou a participar, inclusive, de um encontro com gestores municipais em BH. Do outro lado, para conter os efeitos das articula��es e preservar o efeito do fen�meno “Luzema” — o voto casado em Lula e Zema —, petistas buscaram estabelecer pontes com associa��es regionais de prefeitos e pequenos cons�rcios. O senador Alexandre Silveira (PSD), de bom tr�nsito com gestores de centenas de cidades mineiras, foi escalado para a tarefa e assumiu o posto de coordenador pol�tico de Lula no estado.

No primeiro turno, Lula teve 48,29% dos votos v�lidos no estado, contra 43,6% de Bolsonaro. Boa parte da diferen�a entre eles foi preservada segundo o estrato regional da mais recente pesquisa divulgada pelo Datafolha, que apontou lideran�a de Lula em Minas por 48% a 43% dos votos totais.

Bolsonaristas apostam na virada do atual presidente da Repúbica na reta final da campanha
Bolsonaristas apostam na virada do atual presidente da Rep�bica na reta final da campanha (foto: EVARISTO SA/AFP)


Minas deu a ambos, tamb�m, pe�as-chave nas estrat�gias digitais das campanhas. Do lado lulista, o deputado federal Andr� Janones, do Avante, abriu m�o de uma candidatura pr�pria ao Planalto e assumiu o papel de soldado digital do ex-presidente. No n�cleo bolsonarista, o deputado federal eleito Nikolas Ferreira (PL), campe�o nacional de votos, teve miss�o similar.

“A elei��o de Lula ser� um marco para virar essa p�gina triste da nossa hist�ria, para resgatar o desenvolvimento econ�mico e as pol�ticas sociais do nosso pa�s, que foram abandonadas pelo atual governo”, falou Alexandre Silveira. “Vamos continuar trabalhando at� o �ltimo minuto, conversando com as pessoas para podermos comemorar a vit�ria do Brasil”, completou.

O deputado estadual Bruno Engler (PL), recordista de votos na disputa pela Assembleia Legislativa, adotou tom oposto. “O que se apresenta s�o duas op��es. Um projeto, de Bolsonaro, � s�rio, honesto e d� resultado. (O presidente) � parceiro de nosso estado. O outro (�) de Lula, maior ladr�o da hist�ria do pa�s, que defende tudo que h� de mais abomi�vel, como libera��o de aborto, drogas e ideologia de g�nero, assaltou os cofres p�blicos e amea�a nosso governador de Minas”, opinou. Em que pese a cita��o de Engler a aborto e legaliza��o das drogas, as pautas n�o constam no programa de governo do PT.

Apura��o


Doze das 27 unidades da federa��o v�o ter segundos turnos estaduais. Em S�o Paulo, por exemplo, Fernando Haddad reproduz, contra o bolsonarista Tarc�sio de Freitas (Republicanos), a dicotomia nacional. Na Bahia, Jer�nimo Rodrigues (PT) enfrenta ACM Neto (Uni�o Brasil) e, no Rio Grande do Sul, duelam Onyx Lorenzoni (PL) e Eduardo Leite (PSDB). No primeiro turno, todo o eleitorado brasileiro precisou entregar cinco votos � urna. Agora, parte precisar� escolher apenas um candidato; outros, somente dois. Isso, al�m de diminuir o tempo diante das urnas, deve acelerar a apura��o.

Segundo o cientista pol�tico Alberto Carlos Almeida, autor do livro  “A m�o e a luva: o que elege um presidente”, a tend�ncia � que Bolsonaro comece a totaliza��o dos votos � frente de Lula, pois estados do Sul e do Sudeste t�m o costume de liderar a marcha da apura��o. “Tradicionalmente, e isso vem do voto no papel, o Paran� sempre apurou primeiro. O Paran� gostou e sempre fez quest�o desse t�tulo. L�, h� um voto conservador muito consolidado, onde Bolsonaro vai abrir boa margem”, projetou ele, em seu podcast, o “Bastidor da Pol�tica”. Na vis�o de Almeida, em caso de vit�ria de Lula, a ultrapassagem do petista deve ocorrer j� na reta final da apura��o.


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