Com 18,1 mil habitantes, integrante do Circuito Tur�stico Serra do Cip� e expoente da Reserva da Biosfera da Serra do Espinha�o, Concei��o do Mato Dentro vive dias bem diferentes da sua calma habitual, pois no Centro da cidade, nas �reas rurais, nas comunidades quilombolas, enfim, em todo canto do munic�pio a conversa gira em torno do show cancelado dos sertanejos e sobre recursos aplicados.

 "Este � apenas um fio a ser puxado de uma s�rie de quest�es que devem ser discutidas e resolvidas em Concei��o do Mato Dentro. N�o sou contra apresenta��es culturais e fomento municipal, muito pelo contr�rio, desde que os recursos sejam aplicados em servi�os de primeira necessidade, incluindo sa�de e educa��o", diz o comerciante Igor Duarte residente em Concei��o do Mato Dentro h� 10 anos.

Igor cita dois projetos municipais que foram interrompidos, sem respostas � popula��o. O primeiro � o hospital municipal, sem qualquer movimenta��o, conforme constatou, ontem, a reportagem do Estado de Minas. O outro, na sa�da para o munic�pio do Serro, � o pr�dio erguido, pelo munic�pio, para instalar uma faculdade, o que ainda n�o foi feito. O Estado de Minas tamb�m esteve no local, onde h� trabalhadores fazendo reparos, inclusive com um andaime montado, mas a equipe verificou que n�o h� sinal de alunos ou professores.

VULNERABILIDADE "A cidade vive problemas cr�ticos, ent�o eles devem ser priorizados. Mais de 30% da nossa popula��o vive em situa��o de vulnerabilidade social: sem emprego, sem moradia, passando fome. Voc� vai ao supermercado e v� as pessoas necessitadas pedindo arroz e feij�o, pedindo o b�sico", diz o vereador Sidinei Seabra da Silva (Rede), segundo secret�rio da C�mara Municipal, respons�vel pela den�ncia ao Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG) a respeito a respeito dos cach�s milion�rios que seriam pagos a Gusttavo Lima (R$ 1,2 milh�o) e Bruno e Marrone (R$ 520 mil). Ele defende a instala��o do Centro de Refer�ncia das Pessoas com Diabetes, projeto que ainda n�o saiu do papel. "N�o temos m�dico endocrinologista."

Embora o prefeito tenha cancelado os dois shows na tradicional Cavalgada, Sidinei identificou que o cach� de Bruno e Marrone, por exemplo, seria pago com recursos do Cfem. A vulnerabilidade social est� presente em v�rios cantos do munic�pio, principalmente na periferia do munic�pio, zona rural e comunidades quilombolas, algumas distantes "at� 60 quil�metros do Centro da cidade", contou o vereador.

Na tarde de ontem, guiado pelo vereador Sidinei Seabra, o EM percorreu as comunidades quilombolas Buraco e Cubas, na regi�o de Tr�s Barras, a 18 quil�metros do Centro, nas quais vivem 154 fam�lias. Foi poss�vel ver, com clareza, duas realidades bem distintas. De um lado, primeiro h� moradias de fragilidade extrema, enquanto no outro tem-se uma demonstra��o positiva de aplica��o do dinheiro p�blico para atender a popula��o.

O lavrador Carlos Ant�nio Pereira da Silva, de 45 anos, nasceu, cresceu e vive com a mulher, Arlete, e os seis filhos, “tr�s meninos e tr�s meninas”, na comunidade de Buraco. A prefeitura est� construindo uma casa para a fam�lia, assim como para dois moradores vizinhos. "Estou muito feliz, pois vai ter um quarto para mim e minha esposa, e mais dois para os meninos e as meninas. A casinha velha, vou manter, eu e ela constru�mos com muito sacrif�cio", disse o lavrador olhando para Arlete, que foi � prefeitura pedir a constru��o nova.

O lavrador est� feliz pela realiza��o do jubileu, depois da pandemia, e diz que gostaria de ver o show do Gusttavo Lima. Basta dar um giro pelo local, com paisagem de extrema beleza de matas e cachoeiras, para ver outras casas em situa��o prec�ria. Portas de banheiro soltando, telhados de amianto quebrado e com remendos, portas quebradas e as paredes com buracos.

POPULA��O AGUARDA

Cr�tica a diverg�ncias pol�ticas

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Obra de hospital ser� retomada em outubro