
O uso abusivo dos smartphones � um v�cio e est� nos escravizando, segundo afirmou a cyberantrop�loga estadunidense Amber Case ao Jornal El Pa�s. Segundo a autora, chegamos a olhar o celular pelo menos entre 1.000 a 2.000 vezes por dia e essa forma de compuls�o tem at� nome: nomofobia”( do ingl�s "no mobile-phone-phobia"). Assim como a comida, o jogo e algumas situa��es e subst�ncias, estamos desenvolvendo uma forte depend�ncia em rela��o � tecnologia aos smartphones. As pessoas, solit�rias ou acompanhadas, desdobram-se para atender ao chamado incessante das diversas notifica��es dos apps como uma forma de se distrair do t�dio e dos aborrecimentos cotidianos. � s� observar uma fila num com�rcio, um ponto de �nibus ou uma sala de espera de consult�rio - s�o raras as pessoas que n�o vivem entretidas e absorvidas pelas luzes piscantes do aparelho.
O uso compulsivo do celular se faz presente em praticamente todas faixas et�rias e grupos sociais. Crian�as, adolescentes, adultos e idosos vivem com os olhos e ouvidos grudados no aparelho. Como n�o poderia deixar de ser, o celular � utilizado – e muito - nas escolas, cursos livres e faculdades. Os estudantes at� tentam se concentrar no cadernos e livros, mas acabam sucumbindo � notifica��o de um coment�rio, a um post de gatinhos travessos ou mesmo � �ltima coreografia divulgado no app de videos curtos. Os professores e gestores tentam, sem sucesso, banir os celulares da sala, ao mesmo tempo em que reconhecem que � praticamente imposs�vel disputar a aten��o dos estudantes com tantas ofertas de informa��es verbais, n�o-verbais e multimodais.
O que pode fazer o educador “off-line” diante da sedu��o das redes sociais, dos apps de comunica��o instant�nea e da refresh incessante dos portais de not�cias? Proibir o uso do aparelho, sob o risco de causar irrita��o, frustra��o e at� mesmo uma crise de “abstin�ncia” digital? Creio que n�o. Vale ressaltar que, al�m dos estudantes, muitos professores tamb�m sofrem de nomofobia. S�o cada vez mais raros aqueles que, em sala de aula, tomam notas em cadernetas ou consultam atlas ou manuais impressos. Pois para as tarefas simples e corriqueiras da vida escolar, o celular �, sem d�vidas, uma ferramenta r�pida e eficiente.

Na minha experi�ncia como professor j� me cansei de interromper as aulas, me cansei de ralhar com a turma e fazer discursos previs�veis e enfadonhos sobre os problemas da dispers�o. Enfim, me cansei de enxugar gelo! Resolvi, ent�o, me aproximar dos estudantes e sugerir uma forma mais �til e produtiva para lidar com a compuls�o de acessar o aparelho. Como se fosse uma estrat�gia de redu��o de danos, afinal, alguns estudantes costumam passar aulas inteiras hipnotizados pelo apelo das redes sociais e pelo excesso de informa��es. Para isso eu proponho, por exemplo, a realiza��o de pequenas atividades de pesquisa, tal como se fosse uma gincana virtual. Solicito que os estudantes visualizem obras de arte, mapas, memes, poemas, biografias e fotos durante a aula. Tento trazer para a sala de aula o valioso potencial que tecnologia tem em procedimentos educativos, a fim de demonstrar que o smartphone pode tornar o ato de estudar mais din�mico e produtivo.
Obviamente n�o consigo evitar a dispers�o por completo e tampouco tenho o interesse de substituir a aula pela sugest�o de intermin�veis listas de links e postagens. Muitas vezes, por�m, estas atividades empolgam a turma e ent�o eu consigo ver, sob o brilho que emana da tela, o sorriso de satisfa��o dos estudantes que visualizam pela primeira vez os segredos barrocos do �xtase de Santa Tereza, os trechos memor�veis da fat�dica entrevista de Clarice Lispector ou ainda os aspectos l�dicos da poesia concreta de Augusto de Campos.
Mas, como eu disse, � s� uma sugest�o. O ideal mesmo � que professores e estudantes possam juntos encontrar e construir formas de utilizar o aparelho como equipamento para o estudo. N�o h� limites para as possibilidades, digamos assim, do uso “saud�vel” do celular em sala de aula. Me lembrei, inclusive, de outra frase providencial sobre a rela��o do homem com a tecnologia: “Os homens criam as ferramentas, as ferramentas recriam os homens”.
Mas… de quem � essa frase mesmo? Ah, sim, � de um te�rico da comunica��o, o canadense Marshall McLuhan, cujo nome e o of�cio eu acabei de pesquisar aqui no meu celular.
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Fl�vio de Castro � p�s-graduado em Letras pela Unicamp e escritor. Escreveu Desaparecida (2018) e Min�rio de Ferro (2021), al�m de colaborar em diversas revistas, jornais e suplementos, Atualmente � pesquisador no Posling do CEFET-MG e professor de Literatura e Interpreta��o de Textos no Curso Det-Online.