
Nesta segunda-feira (31/5) � comemorado o Dia Mundial Sem Tabaco e, por isso, m�dicos e especialistas chamam aten��o para os males causados pelo h�bito de fumar. E o c�ncer de pulm�o se apresenta como o maior deles.
E isso mesmo ap�s interromper o consumo, haja vista que os efeitos do cigarro causam danos ao organismo tamb�m a longo prazo, podendo levar ao surgimento de c�lulas malignas.
E isso mesmo ap�s interromper o consumo, haja vista que os efeitos do cigarro causam danos ao organismo tamb�m a longo prazo, podendo levar ao surgimento de c�lulas malignas.
Al�m disso, essa neoplasia � a doen�a oncol�gica que mais mata. Levantamento do Atlas de Mortalidade por C�ncer de 2019 indica 29.354 mortes em decorr�ncia dessa do c�ncer de pulm�o a cada ano.
“Cerca de 80% dos tumores de pulm�o s�o relacionados ao tabaco. Alguns n�meros falam 80%, outros 85%. Por qu�? Porque o cigarro tem dezenas de carcin�genos, subst�ncias qu�micas capazes de lesar o DNA da c�lula da via respirat�ria, como as c�lulas pulmonares, e induzir muta��es e altera��es que, no final, v�o levar ao surgimento do c�ncer. E isso est� relacionado � carga de fumo, ou seja, a quantidade de cigarros fumados por dia e ao tempo de fumo”, diz Carlos Gil Ferreira, oncologista tor�cico e presidente do Instituto Oncocl�nicas.
Segundo ele, para saber o risco de acometimento h� o que � conhecido como carga tab�gica, que � dada pela multiplica��o dos n�meros de ma�os de cigarros fumados por dia pelo n�mero de anos que o paciente fumou. “Quanto maior a carga tab�gica, maior o risco de c�ncer de pulm�o.”
Carlos Gil Ferreira explica, ainda, que os sintomas, diagn�stico e tratamento da doen�a, todos cruciais para uma boa chance de cura, dependem de vari�veis.
Quanto aos sinais, que devem ser observados a fim de reconhecer o acometimento pela neoplasia, os respirat�rios precisam de aten��o: “o surgimento de sintomas respirat�rios que n�o melhoram dentro de algumas semanas com medicamentos ou atendimento m�dico prim�rio, deve indicar preocupa��o e, portanto, � necess�rio procurar um atendimento especializado.”
Quanto aos sinais, que devem ser observados a fim de reconhecer o acometimento pela neoplasia, os respirat�rios precisam de aten��o: “o surgimento de sintomas respirat�rios que n�o melhoram dentro de algumas semanas com medicamentos ou atendimento m�dico prim�rio, deve indicar preocupa��o e, portanto, � necess�rio procurar um atendimento especializado.”

O tabagismo � o grande respons�vel. E, infelizmente, o c�ncer de pulm�o ainda � uma doen�a letal.
Carlos Gil Ferreira, oncologista tor�cico e presidente do Instituto Oncocl�nicas
Mas quais, de fato, s�o esses sintomas respirat�rios? Conforme o oncologista, tosse persistente, falta de ar, dor tor�cica, emagrecimento e tosse com escarro sanguinolento. E esses sinais variam entre pessoas fumantes e n�o fumantes, pois os n�o fumantes geralmente n�o t�m sintomas respirat�rios.
“Ent�o, qualquer surgimento de um novo sintoma persistente demanda aten��o e atendimento m�dico para avalia��o. Por outro lado, os fumantes j� t�m naturalmente sintomas respirat�rios: tosse cr�nica e �s vezes falta de ar com esfor�os.”
“Ent�o, qualquer surgimento de um novo sintoma persistente demanda aten��o e atendimento m�dico para avalia��o. Por outro lado, os fumantes j� t�m naturalmente sintomas respirat�rios: tosse cr�nica e �s vezes falta de ar com esfor�os.”
“Nesse caso, mudan�a de padr�o desses sintomas, ou seja, o aumento da falta de ar ou mudan�a no aspecto ou padr�o da tosse devem levar necessariamente � busca de atendimento m�dico”, recomenda.
TRATAMENTO
O impacto do c�ncer de pulm�o no organismo depende da extens�o da doen�a. Isso porque, se ela est� localizada somente no pulm�o e com pequenas dimens�es, o paciente n�o tem sintoma. No entanto, quando se tem um tumor em est�gio avan�ado, localmente no t�rax, o paciente ter� tosse, falta de ar e mudan�a de padr�o respirat�rio.
Por outro lado, em algumas ocasi�es, pode haver sinais de met�stases, como dores �sseas, altera��es neurol�gicas como convuls�es e dor de cabe�a, que podem indicar a presen�a de met�stases �sseas ou cerebrais.
Por outro lado, em algumas ocasi�es, pode haver sinais de met�stases, como dores �sseas, altera��es neurol�gicas como convuls�es e dor de cabe�a, que podem indicar a presen�a de met�stases �sseas ou cerebrais.
Justamente por isso, o diagn�stico precoce, bem como o tratamento adequado e imediato, pode salvar vidas. Al�m disso, a preven��o � palavra-chave, j� que, apesar de o c�ncer de pulm�o ter outras causas, como exposi��o � radia��o, � menos frequente em n�o fumantes. “O tabagismo � o grande respons�vel. E, infelizmente, o c�ncer de pulm�o ainda � uma doen�a letal.”
“N�meros recentes mostram que teremos por volta de 1 milh�o e 800 mil casos de c�ncer de pulm�o por ano, com cerca de 1 milh�o e 600 mil mortes anuais. Isso mostra que � uma doen�a na qual a incid�ncia e a mortalidade est�o muito pr�ximas, apesar dos avan�os, o que indica que precisamos antecipar o diagn�stico e faz�-lo em uma fase precoce ainda cur�vel da doen�a”, argumenta Carlos Gil Ferreira.
Quanto ao diagn�stico, o especialista explica que ele pode ser feito por meio de um exame de imagem, raio x ou tomografia. A partir da�, se houver uma les�o suspeita no pulm�o, busca-se uma bi�psia.
“Quanto ao tratamento, ele vai depender do est�gio da doen�a. Quando voc� tem uma doen�a localizada no pulm�o e n�o existe contraindica��o a cirurgia, esse � o tratamento indicado. Quando a cirurgia n�o � indicada, a radioterapia � uma op��o. Por fim, quando a doen�a � metast�tica, ou seja, est� fora do t�rax ou disseminada, o tratamento deve ser feito com quimioterapia e radioterapia, quando indicada, ou imunoterapia – terapia que ativa o sistema imunol�gico pela combina��o de medicamentos biol�gicos avan�ados."
“Quanto ao tratamento, ele vai depender do est�gio da doen�a. Quando voc� tem uma doen�a localizada no pulm�o e n�o existe contraindica��o a cirurgia, esse � o tratamento indicado. Quando a cirurgia n�o � indicada, a radioterapia � uma op��o. Por fim, quando a doen�a � metast�tica, ou seja, est� fora do t�rax ou disseminada, o tratamento deve ser feito com quimioterapia e radioterapia, quando indicada, ou imunoterapia – terapia que ativa o sistema imunol�gico pela combina��o de medicamentos biol�gicos avan�ados."
OUTRAS COMPLICA��ES
Segundo o pneumologista Luiz Fernando Ferreira Pereira, o tabagismo ativo e a exposi��o passiva � fuma�a do tabaco est�o relacionados ao desenvolvimento de pelo menos 50 enfermidades, com destaque para v�rios tipos de c�ncer – c�ncer de garganta e c�ncer de bexiga e p�ncreas –, doen�as cardiovasculares como infarto do mioc�rdio e doen�as respirat�rias como a doen�a pulmonar obstrutiva cr�nica, uma combina��o de bronquite com enfisema.

Al�m disso, a garganta pode sofrer s�rias consequ�ncias. “As subst�ncias qu�micas presentes no cigarro causam irrita��o na pele que reveste toda a regi�o da faringe e laringe, provocando um processo inflamat�rio cr�nico. A garganta, nesse caso, pode ser atingida desde a base da l�ngua, assim como as am�gdalas, at� as cordas vocais. Ao definirmos o local acometido, o importante ser� o estadiamento do tumor, o estado do paciente e a idade. Com estes dados, o tratamento ir� se basear em um trip�: cirurgia, quimioterapia com radioterapia e mais recentemente a imunoterapia – comuns ao c�ncer de pulm�o.”
� o que explica C�cero Matsuyama, otorrinolaringologista do Hospital CEMA. Os danos � garganta podem comprometer a fala, causar altera��es de degluti��o e motricidade de toda a regi�o anat�mica, e isso inclui n�o somente o cigarro, mas tamb�m o charuto, cachimbo, narguil� e similares. O processo irritativo na garganta pode ainda favorecer o aparecimento da COVID-19, tendo em vista que o fumante passa por diversos processos inflamat�rios no aparelho respirat�rio e pode desenvolver quadros mais graves.
AUMENTO DO TABAGISMO
Em meio � pandemia de COVID-19, segundo Carlos Gil Ferreira, quest�es de confinamento, estresse e ang�stia propiciaram um aumento do tabagismo.
“� cedo para medirmos a consequ�ncia que teremos em termos de aumento de casos de c�ncer de pulm�o e outras complica��es. Teoricamente � um aumento de suposi��o pequeno, mas com certeza isso aconteceu e precisamos conscientizar a popula��o, at� porque v�rios estudos mostram que o tabagismo est� associado com maior gravidade da COVID e consequentemente maior chance de mortalidade pelo COVID-19”, afirma.
O pneumologista Luiz Pereira recomenda, assim, que todo fumante tente cessar o tabagismo, por conta pr�pria ou por meio de programas de cessa��o do tabagismo, que s�o baseados no apoio comportamental e uso de medicamentos ou reposi��o de nicotina – adesivos, gomas e pastilhas.
“O programa nacional de cessa��o do tabagismo fornece gratuitamente a medica��o e o apoio comportamental para os fumantes que desejam cessar o uso do tabaco. Basta procurar um posto de atendimento das secretarias municipais de sa�de”, indica.
“O programa nacional de cessa��o do tabagismo fornece gratuitamente a medica��o e o apoio comportamental para os fumantes que desejam cessar o uso do tabaco. Basta procurar um posto de atendimento das secretarias municipais de sa�de”, indica.
Nesse cen�rio, o oncologista Carlos Gil Ferreira comenta que esses programas podem ajudar a diminuir o consumo e, consequentemente, os riscos do tabagismo. “O Brasil � um sucesso mundial em campanhas de preven��o e cessa��o de tabagismo h� d�cadas. N�s somos um exemplo, pois baixamos o percentual de tabagistas no pa�s de 30% para menos de 10%, segundo pesquisas, e acreditamos que esse n�mero ainda pode cair mais.”
*Estagi�ria sob a supervis�o da editora Teresa Caram