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Estado de Minas COMPORTAMENTO

Pessimismo versus otimismo: quem quiser ser feliz, que lute

Nas situa��es ruins, � poss�vel enxergar chance de crescimento, mudan�a, aprendizado, solidariedade


21/02/2021 06:00 - atualizado 21/02/2021 09:54

Mesmo nos momentos ruins, se condicione a pensar positivo(foto: Viktor Forgacs/Unsplash)
Mesmo nos momentos ruins, se condicione a pensar positivo (foto: Viktor Forgacs/Unsplash)

Na atual sociedade, fala-se tanto em felicidade que muitos se sentem obrigados a esconder os problemas, as dificuldades, que seguramente est�o presentes na vida de todos. A quest�o �: como enxergar coisas boas em situa��es ruins. Para a psic�loga e sex�loga Cynthia Dias Pinto Coelho, se procurar bem, sem vitimismo, � poss�vel sim. Mas isso depende tamb�m de quem v�.

Existem pessoas que conseguem ver, de forma madura, que sempre � poss�vel tirar algum proveito de todas as coisas que nos acontecem. “Nas situa��es ruins, pode-se enxergar a oportunidade de crescimento, a necessidade de mudan�a de comportamento, pode-se ter a percep��o da solidariedade e de aprendizado, j� que o erro, a dor e o sofrimento s�o bons professores e nos ensinam li��es inesquec�veis.”

Segundo a psic�loga, outras pessoas, com personalidades mais infantilizadas ou egoc�ntricas, tendem a se vitimizar e, com isso, passam a enxergar apenas o pr�prio sofrimento, a dor e as perdas, podendo culpabilizar os outros pelos acontecimentos ruins, at� mesmo os causados pelas pr�prias atitudes.

Elas tamb�m podem, inconscientemente, supervalorizar os problemas � espera da compaix�o dos demais, assumindo o papel de v�tima e, com isso, ter algum ganho secund�rio como a aten��o e o carinho das pessoas.
 
Psicóloga Cynthia Dias Pinto Coelho diz que nas situações ruins pode-se enxergar a oportunidade de crescimento e mudança de comportamento(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press )
Psic�loga Cynthia Dias Pinto Coelho diz que nas situa��es ruins pode-se enxergar a oportunidade de crescimento e mudan�a de comportamento (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press )
Cynthia Dias enfatiza que para lidar com as situa��es ruins ï¿½ preciso estar disposto a crescer, abrir m�o da autopiedade, aprender a ser justo e franco consigo mesmo, se perceber de forma real e concreta diante da vida, sem esperar benef�cios ou privil�gios de quaisquer ordens.

“Ou seja, � preciso fazer uma escolha por ser feliz, por usar a dor e o sofrimento como oportunidades de transforma��o, crescimento e mudan�a. Buscar o aprendizado e a descoberta de uma for�a interna que lhe permita ir adiante quando tudo parecer rumar para o caos. Curiosamente, essa � uma escolha pessoal em que o sujeito pode se entregar ao sofrimento e � dor ou buscar, por meio da resili�ncia, a capacidade de come�ar de novo, de fazer escolhas ou mudan�as que o levem para a estabilidade.”

A psic�loga cita Freud (Sigmund Freud, pai da psican�lise): “A felicidade � um problema individual. Aqui, nenhum conselho � v�lido. Cada um deve procurar, por si s�, tornar-se feliz”. Ent�o, quem quiser ser feliz, que lute. “Nenhuma transforma��o ocorre em n�s sem esfor�o, busca, tomada de consci�ncia sobre nossa responsabilidade no fato ocorrido, concess�es e repara��es. Virar a chave 'do lim�o para a limonada', ou seja, do sofrimento para a alegria, requer esfor�o pessoal e constante.”

PSICOPATOLOGIAS 


Cynthia Dias explica que existem pessoas com personalidades mais melanc�licas e pessimistas, que aceitam com conformismo a derrota ou o sofrimento como parte da vida cotidiana e seguem em frente pesarosos, sem se perceber como autores da pr�pria hist�ria. 

Para lidar com as situa��es ruins � preciso estar disposto a crescer, abrir m�o da autopiedade, aprender a ser justo e franco consigo mesmo, se perceber de forma real e concreta diante da vida, sem esperar benef�cios ou privil�gios de quaisquer ordens

Cynthia Dias Pinto Coelho, psic�loga e sex�loga

Mas tamb�m existem pessoas, destaca, com psicopatologias ligadas ao humor, como a distimia e a depress�o. “Muitas vezes, as pessoas com altera��es de humor tendem a ver a vida sob uma �tica mais pessimista, derrotista e conformada. Faltam a elas, por quest�es bioqu�micas, a energia necess�ria para encarar as dificuldades com persist�ncia, bom humor e confian�a. Tamb�m lhes faltam a esperan�a de que as coisas podem ser melhores. Essas pessoas s�o mais propensas a aceitar o sofrimento ou a derrota com facilidade, deixando as oportunidades de mudan�a e felicidade passarem diante de seus olhos pela incapacidade de transforma��o.”

Segundo a psic�loga, o conformismo e a desesperan�a as impedem de ir atr�s daquilo que poderia lhes trazer o brilho nos olhos, o sorriso di�rio e o bom �nimo para aproveitar a vida. Algumas se acostumam com a infelicidade, a lamenta��o e o mau humor. O processo terap�utico e o uso de medica��es adequadas, quando indicados, podem ajudar consideravelmente nesses casos.


VAMPIRAS EMOCIONAIS 


A verdade � que muitos n�o sabem lidar com o que � ruim. E para complicar, s�o rotulados como pessoas que precisam ser evitadas, afastadas e isoladas para que o outro n�o seja contaminado pelo sentimento pessimista, derrotista, de des�nimo, medo, inseguran�a e tristeza: “Infelizmente, as pessoas mais negativas e pessimistas tendem a ser vistas como cansativas, chatas, vampiras emocionais, pois sugam a energia de quem est� ao seu lado e deixam um rastro melanc�lico, baixo-astral por onde passam com suas reclama��es.”

Popularmente,  s�o chamadas de “espanta-bolinho”, ou seja, s�o pessoas densas, que quando chegam em uma roda de amigos come�am a reclamar e enumerar sua lista de doen�as ou sofrimentos, fazendo com que as pessoas saiam de perto delas. Nem sempre � poss�vel ver o lado bom em tudo, at� porque, em certas situa��es, n�o � nada f�cil ser otimista e entusiasta.
 

O BOBO ALEGRE 


(foto: Gerd Altmann/Pixabay )
(foto: Gerd Altmann/Pixabay )
Cynthia Dias afirma que a pessoa pessimista, que enxerga o lado ruim em tudo, pode ter em sua hist�ria de vida quest�es psicol�gicas importantes que tenham contribu�do com esse jeito mais ranzinza de ver as coisas.

“O medo serve, sim, para nos proteger de determinadas situa��es, mas ele n�o pode nos paralisar a ponto de impedir a cren�a no lado bom da vida. �s vezes, o medo do abandono faz com que a pessoa abandone seus sonhos para evitar o risco da frustra��o. Quem se protege de tudo, se protege inclusive das coisas incr�veis que a vida pode oferecer. O preju�zo para essas pessoas � enorme, pois al�m de deixar de acreditar nos sonhos, na possibilidade de ser feliz, de amar e ser amado reciprocamente, acaba por afastar as pessoas que preferem conviver, por motivos �bvios, com pessoas mais positivas, sorridentes, agrad�veis e com melhor astral.”

� claro que a vida deve ser ponderada e avaliada de forma sensata, alerta Cynthia Dias. “A percep��o clara, tanto do lado bom quanto do lado ruim, deve ser feita de maneira criteriosa, j� que, do contr�rio, corre-se o risco de viver em extremos, como o pessimista de um lado e, de outro, o 'bobo alegre', aquele que se nega a ver o lado obscuro da vida ou as situa��es problem�ticas. A virtude est� no meio, mas sempre que poss�vel vale a pena olhar sob o vi�s positivo, ou pelo menos esperan�oso, j� que ele proporciona uma vida mais leve, com coragem para buscar a realiza��o de seus sonhos, rir de algumas situa��es pesadas, tornando-as mais leves.”



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