x
SAÚDE EM ALERTA

Hospital Infantil de BH se prepara para pico de doenças respiratórias

Unidade recebe reforço de pediatras e novos leitos para atender aumento da demanda esperado para abril

Publicidade
Carregando...

Às vésperas do período crítico das doenças respiratórias, o Hospital Infantil João Paulo II, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, ampliou sua estrutura para atender a alta na demanda por internações. A unidade recebeu novos leitos e um reforço na equipe de pediatras, antecipando-se ao pico das síndromes respiratórias, previsto para abril.

Nesta época do ano, as doenças respiratórias são a principal causa de internação em crianças. Em coletiva de imprensa realizada na manhã de ontem (1/3), o secretário de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, destacou a importância de um sistema responsivo à sazonalidade da pediatria. "Se chegarmos aqui em outubro ou setembro, o pronto-socorro estará praticamente vazio. Já em março e abril, a situação se inverte. Por isso, precisamos de um sistema que responda às variações sazonais da demanda pediátrica", afirmou.

Além da capital, o secretário destaca a rede mais robusta de atendimento desde a pandemia. Desde então, Minas Gerais recebeu 80 novos leitos pediátricos, além das vagas sazonais como as anunciadas para o João Paulo II. “Temos hoje uma estrutura mais robusta, que reduz a dependência do interior em relação a Belo Horizonte”, ressaltou Baccheretti, mencionando localidades como Governador Valadares, Patos de Minas e Montes Claros.

A preparação da rede estadual inclui também reforço na equipe médica. O João Paulo II, por exemplo, conta agora com uma equipe ampliada de mais de 40 médicos e enfermeiros. No pronto-socorro, entre seis e oito pediatras estão escalados diariamente, já prevendo o aumento da demanda. “Já estamos preparados antes disso acontecer. Estamos vigilantes, mas muito otimistas que esse ano seja menos difícil em relação a doenças respiratórias”, comenta o secretário.

Um dos pontos de atenção é a bronquiolite, uma das principais causas de internação infantil nesse período. Atualmente, não há vacina contra a doença disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), e o tratamento se baseia essencialmente em suporte hospitalar, com administração de oxigênio e observação clínica. "Estamos preparando a rede estadual para essa demanda, financiando leitos de enfermaria pediátrica e garantindo que o atendimento esteja estruturado", afirmou Baccheretti.

Outra doença que vem chamando atenção é a coqueluche. Conhecida como "tosse comprida", ela é altamente contagiosa e transmitida por contato direto, de forma semelhante à gripe e à Covid-19. Até 17 de março deste ano, Minas Gerais registrou 238 casos, conforme dados do boletim epidemiológico do Ministério da Saúde. Em outubro do ano passado, dois recém-nascidos morreram no estado em decorrência da doença.

A Covid-19, segundo Baccheretti, também continua sendo motivo de preocupação. Desde 2020, a doença figura entre as maiores causas de mortes, especialmente entre crianças e idosos. A recomendação do governo é que todas as pessoas elegíveis mantenham pelo menos três doses em dia, e aqueles pertencentes a grupos de risco sejam imunizados anualmente.

Vacinação

A imunização segue como a principal estratégia para evitar casos graves de doenças respiratórias. Como reforço, Minas Gerais tem investido em incentivos financeiros para os municípios que atingirem metas de cobertura vacinal. "Temos um programa que destina cerca de R$ 60 milhões anuais para estimular a imunização. Essa estratégia tem nos ajudado a manter Minas como o estado com maior cobertura vacinal do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. E acima da média nacional. A gente não quer só isso, queremos bater o recorde histórico de vacinação", destacou o secretário de Saúde.

Além disso, a partir deste ano, a imunização contra a influenza está disponível de forma permanente para os grupos prioritários, que inclui crianças de 6 meses a menores de 6 anos, nas unidades básicas de saúde. Em coletiva, Baccheretti reforçou que "as vacinas já estão nos postos, prontas para proteger a população". Na capital, segundo a prefeitura, as doses estão disponíveis em todas as regionais da cidade, nos 153 centros de saúde, no Serviço de Atenção à Saúde do Viajante e em seis pontos extras. 

Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia

Até agora, a cidade não registrou um aumento significativo na procura por atendimentos relacionados a doenças respiratórias, segundo a Prefeitura de Belo Horizonte. Nos três primeiros meses de 2024 foram contabilizados aproximadamente 139 mil atendimentos, enquanto que no mesmo período de 2025 esse número caiu para 85 mil. A reportagem solicitou os dados de Minas Gerais à Secretaria Estadual de Saúde Minas Gerais (SES-MG), mas, até o fechamento desta matéria, não houve retorno.

Tópicos relacionados:

bh doencas-respiratorias

Acesse sua conta

Se você já possui cadastro no Estado de Minas, informe e-mail/matrícula e senha. Se ainda não tem,

Informe seus dados para criar uma conta:

Digite seu e-mail da conta para enviarmos os passos para a recuperação de senha:

Faça a sua assinatura

Estado de Minas

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Aproveite o melhor do Estado de Minas: conteúdos exclusivos, colunistas renomados e muitos benefícios para você

Assine agora
overflay
OSZAR »